quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Os sinos



E há quem goste de dizer que eu não tenho amor.
Pois bem, eu não tenho amor!
Este há algum tempo não aparece por aqui.
Foi mas deixou vestígios.
Deixou na escrivaninha, algumas fotos que se amarelaram pelo tempo. Embaixo da cama, uma caixa de cartas, prova de que o amor gostava de se comunicar.
Alguns objetos, metodicamente planejados para ocupar os seus devidos lugares.
A rosa branca logo no cômodo de entrada. Dizia ela que servia para dar boas vindas a quem chegava.
O quadro do pescador na sala de estar. Insistia que trazia paz pra quem ali sentasse e esperasse. Esperasse por alguém ou alguma coisa...
Já os sinos na varanda, ela afirmava que desejavam boa viagem a quem dali partia sem saber se ia voltar... Estranho era como os sinos sempre soavam por quem realmente partia.
O amor era engraçado. Sabia que em mim ela mandava e desmandava, mas sempre me perguntava por tudo! Como se ela não soubesse o que eu iria responder.
Mas o amor foi embora.
Acordou sem me acordar, se alimentou sem mastigar e saiu se me avisar.
Como eu realmente sei que ela partiu?
Os sinos...

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