quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012


De tanto pedir e não serem atendidas as exigências minhas palavras farão rebelião.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Via Das Dúvidas


Se a gente olhar bem, a vida imita uma avenida congestionada.
São muitos e muitos corpos enfileirados, marchando, as vezes andando mas na maioria das vezes parados.
Alguns corpos sempre perdem a saída à direita e ficam em circulação entre pistas por muito tempo. Outros já entram nessa via totalmente perdidos, turistas que se embaralham com o mapa, mas ainda conseguem dizer “Eu sei onde estou, é só seguir mais alguns quilômetros, virar a próxima esquerda, passar por mais uma estrada... Sei bem onde estou”.
O trafego é intenso e violentas são as batidas!
(Em caso de relativa sorte) corpos se jogam para cima de outros corpos ou então apenas saem da estrada, quebram o canteiro, fazem voo, por segundos decoram a paisagem de um abismo.
E nessa solidão de condutores e condutoras é quem percebemos a tristeza. A fatídica condução de pessoas à lugar nenhum dentro dos  modernos e internos veículos do egoísmo. Prezando pela segurança todos os corações são devidamente blindados. 
“Senhor, guia-nos!”
Se a gente olhar bem, o sinal vermelho tem toda a razão e até acredito que saber respeitar um pedido de parar é uma antiga arte esquecida. Em tempos corridos respeitar um pedido de parar chega até mesmo soar romântico, bonito!
Bonito mesmo seria se nesse caos transitivo, onde pessoas divagam enquanto tudo acontece devagar, todos tirassem seus cintos de segurança, abrissem suas portas pegando carona no corpo ao lado e acelerassem para contramão.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Entre Caixas e Lembranças



Se faz necessário mudanças!
Sim, mudanças! A mudança dessas coisas que guardamos como quem guarda objetos sagrados, iluminados e intocáveis.
Se faz necessário mudanças.
Encaixotar aquelas pequenas coisas. Tirar debaixo da cama aquela velha caixa de sapato com as velhas cartas. Velhos presentes e aposentadas lembranças.
Na carteira a foto 3X4 de um passado que se esforça para ser presente, se esforça para não amarelar.
Aquele cheiro antigo daquela roupa antiga daquilo que já foi o seu amor.
Se faz necessário mudar.
É como dar passagem as coisas. Vestir-se de luto e ir a luta de retirar o que restou.
É fardo, é fado, é pesado, é pesar.
É como o prólogo de algo que a gente quer que termine: Aquilo que não vive e também não nos deixa viver.
Digo, é de fato preciso mudar, certo? Vai ver essa é a direção... Pois de onde estamos podemos ver tudo como era. Onde precisamos estar para ver como tudo pode ser?

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Futuro Faminto


 Digo palavras em um tempo presente mas o passado logo as devora.
Se continuar assim o meu futuro vai morrer de fome.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Limpeza


Toma cuidado, moça. Por onde andas não é superfície lisa.
É chão de buracos, moldado pelo tempo.
É pele cortada, cicatrizada, marcada.
Vê que por vezes o caminho se faz escuro.
Vê que por vezes o caminho se desfaz.

Mas se os tumultos não lhe abatem e teu amor é um duro escudo eu lhe digo:
Bem vinda!
Pode entrar... Talvez a realidade seja que a casa só necessita de limpeza, de abrir janelas para sua luz entrar.
De tirar a poeira dos móveis.
Do sofá, dos quadros, da mesinha de centro e das folhas de plástico.
De tirar a poeira do imóvel, o meu coração.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Dá-me Tua Mão


_Está frio aqui, dá-me tua mão.
_Entre dedos te seguro, entre laços me agarro.
_Prometo ser sua menina, mas confesso: Tenho medo da solidão.
_Te prometo, mesmo ausente, não deixar seu coração.
_Ele está calejado. Sussurre uma ciranda, dance ao meu lado!
_Então vamos fazer uma roda tal qual crianças, flores pro nosso bem-me-quer, sorrir pro futuro como esperança.
_Não me deixe padecer sozinha, há tantas portas para serem abertas, tantas flores para serem dadas...
_Descansa aqui, moça. Vê que a primeira porta é a minha. A janela dá de frente pro jardim e minhas flores  também estão sozinhas.

Das Mulheres sem Vida

Existem mulheres que são como flores em um jarro qualquer.
Esteticamente lindas.
Essecialmente mortas.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Eu Não Sou Marinheiro Só (Música)



Metade de minha maneira é você inteira guardada em mim
A outra metade de tudo é um amor profundo, divido assim

Se eu tivesse medo não iria navegar
Para além da beira, além rio, além mar

Encontrar esconderijo
Me encontrar no seu sorriso
Vou morrer de rir
Vou nascer no mesmo dia
Te encontrei no mesmo caminho, quem diria

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Mesmo Que Seja Verão


A folha lá em cima, balançando num vai e vem
Brincando de dança mas dançando pra ninguém
Esperando o vento para a fazer de par
O vento que era tímido soprava mas sem muito arriscar
Sentou-se o moço no banco sentindo solidão
Não olhava pra cima, sem nenhuma atenção
A folha de cima, sozinha, queria platéia
Como em teatro grande, fazer  grande estréia
De olhos pra baixo não se via a dança
Nem se via a moça que chegava mansa
Do lado do triste a alegria sentou
A folha assistindo tudo até se animou
Tendo em vista que já eram dois
Do alto de tudo a folha se pôs
De par com o vento ela bailava
Como em música tranqüila, valseava
A moça ao moço pediu “Olhe pra cima”
E a folha descia, como poesia, como rima
Ela até perguntou “como ela cai se ainda é verão?”
Ele pensou até que a dança se extinguiu quando tocou o chão
Fazia sentido, aquilo era a vida
Da partida da folha até a sua despedida
Ele disse “parece que tudo pode ser confuso quando estamos em pares, quando a dança é de emoções. faz da noite o dia, o coração palpita e parece que estamos em outras estações”

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Faz As Malas



_E só nos fugissemos?
_Quantos anos você tem? 15?
_Falo sério! Fugir! Agora!
_Não! Ficou louco?
_Tá bem, não precisa ser agora... Quanto tempo até você arrumar suas coisas?
_Eu não vou fugir!
_Eu te encontrei quando eu mesmo nem me encontrava. Eu tinha frio e você chegou com palavras quentes. Meu mundo rodou mesmo depois álcool se acabar...
_Até parece que eu encontrei um mendigo em um beco, sentado a frente de um fogueira sem graça, esticando as mãos, fazendo companhia pro fogo.
_Eu até poderia ser o mendigo dessa história mas não tenho certeza, não acredito que o seu amor seja uma esmola.
_Eu já disse que te amo por piedade?
_Não. Disse que me ama porque sou lindo, romântico, te faço suspirar... Porque sou...
_Um idiota! Pare de se achar...
_Mas eu me achei, você não entende isso? Não me faça soar mais clichê do que já estou sendo. Eu poderia te matar de diabetes.  E o tempo está passsando, metade de sua mala poderia estar pronta agora. Na realidade uma mala inteira se você deixasse de lado alguns sapatos...
_Não vou deixar meus sapatos! E nem fugir! Você que não entende a gravidade das coisas. Acha será com nos filmes. Nós dois, um carro, viver de amor...  Você sabe que te amo, que já andei muito na vida, que antes eu me achava uma pessoa orientada mas agora pareço não ter direção já que eu me perdi em você. Mas se fugíssemos teríamos problemas, o mundo estaria atrás de nós.
_Temos milhares de problemas, as vezes nos perdemos entre contas a pagar e jantares tediosos com amigos que só querem manter uma educada e politicamente chata etiqueta. Temos trabalho a fazer, horários a cumprir e veja como estamos. Dois velhos jovens. Com encontros casuais, diálogos comuns e diminuindo nosso tempo de vida. O mundo já está atrás de nós. Deixa o mundo correr, pode ser divertido estar a frente de todo o mundo.
_...
_O que? Não vai dizer nada? Não diga mais uma vez que estou parecendo uma criança que vai dar vontade de chorar... O que é isso? Um sorriso? Estou vendo um sorriso da senhorita pés no chão?
_Idiota! Cala a boca, me ajuda a fazer as malas.

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Deixa o Céu Desabar (Música)


Vem assim como quem tem um gosto afim
Moça, vou perguntar: se já chegou porque não ficar?

Vem pra cá que a chuva já mandou avisar que o tempo vai fechar
Entra  aqui, faz o seu sol brilhar

Que o meu lar é seu, fecha a cortina pra niguem ver que anoiteceu
Tirei a pilha do relógio e o tempo me obedeceu

Senta no sofá que há  muito tempo tenho coisas pra falar
Que o meu coração ta uma bagunça e será que você pode me ajudar?

Deixa o céu desabar
Não deixa o meu amor cair
Que o chão ta sujo
Que o chão é frio

Vai que  aqui é o seu lugar
Ajeito a cama pra você dormir
Se você ajeitar o meu jeito de sorrir

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Morning


Acho que você deve ser como as manhãs.
Tão clara e bela.
Deve ser quando a gente abre a janela e sente melhor a nossa respiração.
Quando o silêncio se quebra com o canto de um passarinho deve ser você quando sorri em algum gesto de carinho.
Olhar o dia nascer deve ser como olhar você acordar.
E nos dias de chuva vai ser preciso dizer: Vem pra cá! Faz o sol nascer aqui dentro.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Amor em Queda


 Entreguei meu coração praquela moça.
Aquela de andar bonito e de palavra crua.
A moça atrapalhada deixou o amor cair na poça.
E o coração ficou ali, encharcado, brilhando com a lua.