sábado, 31 de dezembro de 2011


Desfigure os números desse calendário velho.
O tempo passou e você ficou.
O tempo passou...
Nino, você precisa ir.

O Que Necessita Ficar


segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Samba de Deixar Pra Lá


Então deixa, se não quiser então me deixa.
Eu vou fazer a minha deixa.
Se não quiser é só deixar.

A partir de hoje não vou deixar pra amanhã o nosso amor que é de ontem.
Pode deixar, não vou deixar.

Partiu no meio.
Doeu inteiro.
Despedaçou, você deixou, deixei pra lá.

Não quero mais.
Um mal me quer tão mau assim.
Meu bem querer não mais me quis.
Não sobrou pétala pra mim.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Deu


Desejei desfazer de dramas, desapego-me de destroços!
Das damas distantes, das defesas decadentes...
De ditados defasados, dicas do destino...
Desistir de despedir, de doar!
Deparei-me doente.
De dentro dói demais... Dor de despedaçar!
Dois dedos de dose, de dia, de dor.
Dói.
Deu.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Rest in Peace (Música)


Falta-me o afago e me afogo dentro dessas dores.
Num copo sujo que é servido em um bar qualquer.
Só mais um gole e vai ver que eu posso ser feliz.

Pra atravessar nem é preciso olhar pros lados.
Se em cada esquina dessa rua não está você.
Passo por passo pra poder passar.
Passo por passo pra passar você.

E quem me disse que o tempo ajuda a esquecer?
Esqueceu de me dizer quanto tempo é.
Mais uma volta no relógio e será que é?

Se a dor de uma espera pudesse me matar...
Nem sei mais quantas vidas consegui.
Rest in peace...

domingo, 11 de dezembro de 2011

Ad Infinitum


Caminho no percurso do infinito até que me apareça algum atrito. 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

À Luz de Vagalumes (Música)


Apareceu, pintou meus olhos com uma cor de amar.
Mas foi embora e me deixou no breu.
Só um vagalume a me iluminar.
 
É erro meu, te ver assim e nem desconfiar.
Contei pra mim o que não aconteceu.
Ilusão maior é acreditar.

Mas vai, a gente vai. Correndo por moinhos, a gente vai!
Mas vai, a gente vai. Cantando um novo hino, se vai!

Vai, levanta a bandeira do desengano.
Vai, que um novo dia já nos traz um novo plano.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Samba de Recomeçar

Vendaval vendou você que é pra não perceber .
Que a gente passa e o tempo se afasta.
Com medo da gente sabotar.
Com medo da gente eternizar, do relógio parar!
Apaga a luz, por favor. Puxa pra cima o cobertor, clareia com o seu olhar.
E fique assim: se eu disser que é hora do fim você sorri pra mim.
Diz também que é hora de recomeçar... O samba na rua!
Eu e você dançando pra lua.
O samba lá fora!
Dançar com você ate perder a hora ♫

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ter


Tenho os ponteiros do relógio como crucifixo.
Cada segundo conta como castigo por  perder você.
Tenho a lua cheia todo mês pra zombar do meu vazio.
Tenho desgosto porque você se foi com o meu gosto e nenhuma outra me traz tão bom paladar.
Tenho pena de mim e cumpro pena pelo erro fatal.
Não tenho você.

domingo, 20 de novembro de 2011

Medo de Assoprar as Velas


Diz pra mim que o tempo vai muito além de qualquer grão de ampulheta, além de qualquer badalar, tic tac’s, posição do sol...
Que o risco em meu rosto é muito mais que presente dos anos.
Que as linhas faciais são estradas pra outro lugar.
Que cabelos brancos são uma exótica vaidade.
Que dizer “bons tempos” é uma mera convenção social.
Que eu não vou apagar quando a vela eu soprar.
Diz pra mim qualquer coisa que me acalme.
Diz pra mim que o melhor não passou.

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Assertiva Opção - Nino Nunes

 

Um violão, Uns Trocados, Uma Alegria


A moça todos os dias via o músico de rua tocar.
Ele com um violão velho e roupas não diferentes disso, com um chapéu no chão e poucas moedas dentro a descansar.
Ela não tinha moedas mas todos os dias ela sussurrava no ouvido do artista:
_Não lhe dou moedas mas lhe dou outro belo presente, um sorriso de alegria.
E saia... Ela sorrindo. Ele também.
Era assim todos os dias. Um chapéu, uns trocados e alegria.
Até que em um dia ela não mais sorria. Ainda sem as moedas mas no bolso tristeza ela tinha.
Parou em frente ao músico. Suspirou e não falou. Ficou ali. Felicidade não ficou.
Ele andou, deu passos a favor dela. A olhou, suspirou, sussurrou:
_Joga sua tristeza no meu chapéu. Quero bem mais do que os seus dias de alegria.

sábado, 12 de novembro de 2011

Janelas

Janela da minha casa se cansou.
Vou troca-la por alguma outra que se mova mais.

Simples

Posso até pensar que meus problemas são simples se eu também pensar que você é minha solução.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Sala de Espera


Espero na ante-sala do seu coração.
Sentado nas cadeiras de esperar, lendo uma revista qualquer sem perceber o que as palavras querem falar.
Olhando constantemente para o relógio.
Esperando a porta abrir e o meu nome você chamar.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Quando Me Fugiu a Poesia


Perdi minhas palavras, deixei a porta aberta e se foram.
Passei dias a esperar, sentado nessas cadeiras de balançar. Tal qual quem só espera a vida passar.
Mas lá, distante, no fim da rua eu vejo você.
Linda a me apresentar.
Vindo a passos calmos e sorriso tranquilo, com um embrulho nos braços.
Era a minha poesia protegido pelo seu abraçar.
Você me entrega o presente, eu abro e as palavras logo prontificam-se a pular.
Eu sorrio e as palavras se juntam, então é criada uma poesia sobre minha alegria.
Você sorri e é criada uma poesia sobre minha paixão.
Era a minha poesia de volta.
Era eu querendo ter você pra mim.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Medo


_Moça, sou uma pessoa de muitos medos. Mas o medo de te perder é tão grande, mas tão grande, que outros medos se amedrontam.

Mulher Educada


Confesso: Sou alvo fácil nas mãos das mulheres educadas!
Como foi que eu fui ficar assim? 
Ah... O jeito com que elas sorriem e seus olhos se comprimem... São suspiros demais para mim. 
Sem ter escolhas (posso até ter, mas prefiro não pensar em outras opções) eu fico sempre a mercê de um pensamento imprescindível quando elas me direcionam uma pergunta, é coisa certa!
Ela diz:
_Posso te ajudar?
Eu penso:
Sim, casa comigo?

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Desconfio


Quando ficavam juntos em silêncio desconfiavam que fosse amor.
Quando juntos estavam a gargalhar perceberam que era amar.

domingo, 23 de outubro de 2011


Últimas linhas pra esse caderno antigo.
Últimas linhas... Quero agora uma folha melhor.

Ninar


E se eu pudesse te ninar eu te cantaria noite afora.
Apagaria a luz e deixaria só mesmo seus olhos a faiscar.
Musicaria seu sorriso, de improviso te beijar.
Deixaria pra depois, bem pra depois, o sono que viesse a nos questionar.
Fecharia as cortinas pra ninguém ver o dia chegar.
Eu estenderia nossa noite só porque eu teria medo de tudo isso acabar.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Esparramou


Ele carregava uma sacola cheia de amor.
Tropeçou e caiu.
E aí foi amor pra todo lado!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Prometo te dar aquilo que eu não tenho
mas terei
logo 
depois 
que você 
em mim 
vier
visitar
ficar

Cumplicidade

Continue me lembrando que você não mais me quer que eu continuo me lembrando de esquecer você.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Desejo


Ele entregou seu sorriso embrulhado em papel presente.
Ela não abriu e se fez por não fazer nenhuma questão.
Ele se faz em rimas e a molda em linhas, mostra que seu amor é decente.
Ela não vira a página, ignora a as palavras, não põe os olhos na folha e nem no coração.
Ele descarrega o peito, traz pra baixo a lua e se faz de inconsequente.
Ela levanta os pés, acelera o passo e caminha em outra direção.
Ele desiste, se desalenta e não quer mais se ver doente.
Ela por ele então se admira, corre atrás da aposta perdida, pede por paixão.