terça-feira, 6 de abril de 2010

Intervalos


Acordei da mesma forma, no mesmo horário.
Métrico.
Vi na rua os mesmo rostos de sempre. 
Rotineiro.
Trabalhei com o mesmo entusiasmo de sempre, ou com a falta dele. 
Adaptado.
Me confundi com o retorno para casa.
Fiquei sem saber que dia da semana era porque tudo era muito parecido com ontem. Ou com ontem de ontem... Não me lembro mais.
Todos os meus dias parecem ser a extensão das coisas que sempre me acontecem. Nada de horóscopos para mim, obrigado.
Durmo como eu dormi ontem, o mesmo ritual: troca rápida de canais, chinelos, escadas, banho, pijama, dentes, óculos no criado, acerto no relógio e luzes.
O dia de hoje é o dia de ontem.
Teria tomado isso como certeza se nos intervalos dos fatos que me ocorreram não existisse a forte e estranha vontade de te ver.
(E com a cabeça no travesseiro, penso e me atrevo a dizer: amanhã, eu só quero a parte de querer te ver).

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