Eu sabia! Eu me desesperei, reclamei por mais de quatro
cantos, mas no fundo eu sabia!
Sabia eu que meu último ponto final não seria o fim.
Longe de mim de ser escritor, fujo até mesmo da alcunha de
poeta. Mas, sobretudo, total certeza que a folha em branco é meu divã e desta
minha loucura não encontro cura.
É doença crônica (as vezes poesia, as vezes prosa).
Foi tempo de crise, uma baixa em minhas ações. Quem tem
hábito de escrever passa por isso... não passa? Tempos ruins.
Dentro de mim foi um presídio; todas as palavras amontoadas,
em precariedade, nem sequer direito a banho de sol!
_É o seguinte, isso aqui agora é rebelião! Nenhuma palavra
entra, nenhuma palavra sai! A gente tá reivindicando nossos direitos! _
Reclamavam as palavras.
E eu lá sabiam o que elas reclamavam!? Só sei que em cárcere
foi morrendo a minha inspiração.
_Você escreve?
_Escrevia...
Meu tempo conjugava-se em passado, daqueles que a gente
sentia que, com poesia, era perfeito.
Mas eu sabia... Eu sei.
Sei que de tanto inspirar eu acabei prendendo por demais meu
fôlego e me esqueci de um detalhe: Respirar!
Eu causei minha pausa. Os últimos créditos do meu filme
subiram e da sequência eu não sabia, pensei meu personagem terminando por ali, uma curta
epopeia.
Mas, depois de algum tempo sustentando o peso do mundo, voltei
a respirar. Expulsei meus demônios em um sopro! Tirei o mundo das costas e
deixei essa bola rolar.
E neste exato momento, meu caro, minha caríssima, eu me
encontro como eu me encontrava estações atrás: um sorriso meio de lado, com uma caneta
mais que livre, um coração mais que acelerado e uma vontade mais que sem
vergonha de escrever tudo aquilo que me vier a calhar.
Eu sabia.
Voltei :)
Ahh poeta, sempre voltamos essa escrita nunca larga da gente!
ResponderExcluirComo nos velhos tempos, mais um bela prosa, poético como sempre... eis a vida!
Beijos
Paz & Morangos