sexta-feira, 2 de março de 2012

Notivagos


Que me desculpem os psicólogos e os autores de auto-ajuda mas minhas terapias são ministradas nos botequins!
Sem o luxo da ergonomia dos divãs, sem horários marcados na agenda, sem apelar para o Tio Freud.
Me diga, quem mais entende sobre a superfície da dor do que os garçons? Não por histórias pessoais mas por intensa pesquisa de campo.
Como alguém dotado de tanto clichê pode ser tão analista?
É dizer “dia cheio, hein? Toma teu copo que sei bem o que te aflige...” que minhas dores rolam pelo balcão.
Sem contar com aqueles que nos fazem de trilha; os Sorianos, os Gonçalves, os Rossis, os Robertos e os Erasmos! Os de sensibilidade à epiderme!
E somos nós, os de bandeira hasteada, defensores daquela velha máquina de música no fundo do bar, desses velhos que sabiam muito bem cantar esse esquecido amar.
A bebida, meu caro, minha cara, reflete isso que a gente sente por dentro, isso que a gente tem às escuras. Mas infelizmente, também não quer dizer que o reflexo nos leve a iluminação.

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