terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Via Das Dúvidas


Se a gente olhar bem, a vida imita uma avenida congestionada.
São muitos e muitos corpos enfileirados, marchando, as vezes andando mas na maioria das vezes parados.
Alguns corpos sempre perdem a saída à direita e ficam em circulação entre pistas por muito tempo. Outros já entram nessa via totalmente perdidos, turistas que se embaralham com o mapa, mas ainda conseguem dizer “Eu sei onde estou, é só seguir mais alguns quilômetros, virar a próxima esquerda, passar por mais uma estrada... Sei bem onde estou”.
O trafego é intenso e violentas são as batidas!
(Em caso de relativa sorte) corpos se jogam para cima de outros corpos ou então apenas saem da estrada, quebram o canteiro, fazem voo, por segundos decoram a paisagem de um abismo.
E nessa solidão de condutores e condutoras é quem percebemos a tristeza. A fatídica condução de pessoas à lugar nenhum dentro dos  modernos e internos veículos do egoísmo. Prezando pela segurança todos os corações são devidamente blindados. 
“Senhor, guia-nos!”
Se a gente olhar bem, o sinal vermelho tem toda a razão e até acredito que saber respeitar um pedido de parar é uma antiga arte esquecida. Em tempos corridos respeitar um pedido de parar chega até mesmo soar romântico, bonito!
Bonito mesmo seria se nesse caos transitivo, onde pessoas divagam enquanto tudo acontece devagar, todos tirassem seus cintos de segurança, abrissem suas portas pegando carona no corpo ao lado e acelerassem para contramão.

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