domingo, 1 de agosto de 2010

O que trás a Chuva


Os desenhos do teto, causados pela infiltração da chuva, brincavam de ser tudo aquilo que ele queria ter.
Era fácil enxergar um banco, talvez de praça, talvez ônibus, (imaginava-se em muitas situações só por precaução).
Enxergava outras pessoas, pareciam estar em movimento, passando por ele.
Viu quem tinha pressa e não lhe deu nenhum segundo de visão.
Viu quem parecia passear com um cachorro (ou um coelho dependendo do ponto de vista). Viu também quem parecia andar acompanhado ou ao menos alguém grande o suficiente pra tomar espaço de dois!
Viu o que parecia ser criança, viu o que parecia ser velhos com problemas nas costas. (Não quis incluir nenhum corcunda na história pra não fugir da realidade).
Via o queria e do jeito que bem entendesse.
Quer dizer, tudo o que queria, de certa forma, não.
Via espaço demais ao lado de quem ele era sentado no banco.
Não via quem ele queria ser do lado daquela que ele queria ter.
Mas é engraçado porque ele sorria.
É engraçado porque ele sempre dizia que talvez ela apareceria com a chuva de um próximo dia.

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