sexta-feira, 23 de julho de 2010

Alguma Coisa Acontece


Mas é que as vezes dá uma coisa na gente que a gente fica sem saber explicar.
A gente fica meio assim, sem jeito, sem saber o que falar.
Coisa estranha essa.
Tenho muita coisa guardada dentro de uma caixa de sapato, em baixo da minha cama. Procurei ali alguma coisa que explicasse essa coisa que eu sinto, mas é tanta coisa em vão que em vão se torna o tempo que vou perdendo.
Qualquer coisa nas gavetas, nas estantes, no sótão ou no porão, (e olha que no porão tem muita coisa), qualquer coisa não era a coisa que eu sentia.
Vou sair. Roupa amassada e chapéu. Coisa Rotineira.
Na rua, tropeço em alguma coisa aqui, outra ali... Nada demais, coisa normal.
Bar. Entro.
Sento e já tenho um copo e bebida.
(Mas não é exatamente o que quero).
Entre copos, coisa estranha acontece.
Ela entra. Senta.
De longe é fácil perceber que ela usa alguma coisa para prender o cabelo.
Copo na mão. Na minha também.
Ela me olha e eu faço cara de qualquer coisa.
(Coisa estúpida).
Ela sai. Dinheiro na mesa.
Eu também.
Na rua, chamo por ela. Grito qualquer coisa.
Ela para. Sorri engraçado. Linda.
Eu ando. Não digo nada.
(Não poderia dizer qualquer coisa).
Digo o nome. Ela também.
(Bom, isso é um começo).
Digo sobre outra bebida.
Eu tinha que dizer alguma coisa!
Ela aceita.
Ela sorri. Sorrio.
(...)
Isso até me parece alguma coisa.

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