Sei sim ser um clichê ambulante
Tragam-me os goles, tragam-me as dores
Tragam-me os tragos mas não me tragam mais amores
Pois deste mal também me corroo
Me dói e me doo
Pois se é de corte deve existir algo que cauteriza
Pois se das dores não escapo deve haver algo que ameniza
Eu largo os cotovelos na mesa suja do bar frio
A noite também é suja e me torno um vira lata
vadio
E para ser mais clichê eu agora precisava de um jornal
Ler notícias por alguns instantes e fazer parecer tudo normal
Quem me vê de perto achará tudo bem natural
Eu que me vejo de dentro me sinto por demais um cara pra lá
de banal
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