(Poema feito em parceria com meu grande amigo, Marcos Gomes).
São dois copos, meu amigo.
Dois copos cheios de conversa.
Copo esvazia, mas conversa torna a encher.
A gente é assim:
Não Esvazia! Não entorna!
O guardanapo toma forma como o carvão do lápis.
O vermelho da mesa se destrói no vestido dessa moça que passa e mesmo com tantos olhares ela não fica sem graça.
Vestido colado, por si só modelado.
Um corpo feito pelo nu, em nossas cabeças imaginado.
E sobre essa tarde mansa, ainda que degustemos de tira gostos, a gente sempre fica com um gostinho de quero mais.
E a muito tempo eu não via um filme que de fato me fizesse querer ser inserido naquele ambiente cinematográfico. Once (Apenas Uma Vez) é um filme de contexto musical e romantico mas sem querer ser clichê.
Posto então uma música que faz parte do filme. (Toda a trilha é muito bonita).
_Você já parou pra pensar sobre a nossa perfeição?
_Perfeição, quem foi que disse que você é perfeito? Lá vem você...
_Espera! Escuta. Não é minha perfeição. É nossa perfeição. Nós dois quando estamos juntos.
_Ok! Me explique isso, Sr. Teorias.
_Somos o ideal. Sendo simples poderíamos até dizer que somos um completando o outro. Nossa história é dessas histórias que as pessoas suspiram querendo ter também igual.
_É... Você lembra que sempre nos diziam coisas como “vocês até parecem personagem de filme!”.
_Exato! E até pra nós mesmos, sempre perfeitos um para outro. Dizendo coisas que queríamos ouvir. Planejando coisas que a felicidade nos fazia planejar.
_Engraçado, com tanta perfeição e ainda sim viemos a terminar.
_A perfeição mata. O muito bonito iludi e o eterno é tempo que demora passar... Cansa.
Mas fácil se tivéssemos sido dois feios, desprendidos de vaidades bestas e que nossa história fosse à lápis. Fácil de apagar, mas também sempre muito fácil de recomeçar.
Das tardes mansas e dos gostos que sentimos em comum, ainda não tivemos. Dos olhares cruzados que chegam ao mesmo ponto, também não. Das mesmas palavras ditas ao mesmo tempo. Dos sorrisos pelo mesmo motivo. Dos toques em um ponto certo. Não. Mas sei moça, que quando o ar tem cheiros um deles é seu. E é assim: Andando avulso e sentindo cheiro de jabuticaba... Sorrindo.
Dificil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se mais ama.
Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não ter mais condições de sofrer.